segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Etanol tem boas décadas a relembrar, mas passa por dias cambaleantes




Foto: Reprodução
Neste mês de novembro completa-se 39 anos desde a criação do programa brasileiro Proálcool, que iniciou a substituição em larga escala dos combustíveis veiculares derivados de petróleo pelo álcool produzido a partir da cana-de-açúcar, o etanol.

A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) relembra que o programa foi o mais bem sucedido da história e trouxe muitos benefícios, inclusive protegendo o país de dos aumentos do preço do petróleo do mercado mundial.

No final dos anos 70, a produção alcooleira atingiu um pico de 12,3 bilhões de litros e o Proálcool foi fundamental para que a nova crise mundial do petróleo tivesse um impacto menor no Brasil (após os danos causados pela crise de 73).

E, desde então, entre dias melhores ou piores, o setor vem se desenvolvendo, com marcos como o lançamento do primeiro veículo bicombustível no Brasil, em 2003. Hoje, segundo a Unica, a frota do país ultrapassa 34 milhões de veículos, dos quais mais de 22 milhões são flex. 

A utilização do etanol hidratado (que vai diretamente no tanque dos veículos) e do etanol anidro (adicionado a gasolina) permitiu que se evitasse jogar na atmosfera mais de 240 milhões de toneladas de gases causadores do efeito estufa.

Mas, nos dias atuais, o setor reclama que não tem recebido a devida atenção e lamenta as quedas, registradas pelos números em decréscimo.

Foto: Reprodução
Entre 2004 e 2010, as companhias do setor sucroenergético fizeram grandes investimentos, mais de 100 novas plantas industriais foram construídas e o número de unidades produtoras em operação superou 400 empresas. 

“Apesar de tudo isso, o setor vive atualmente a pior crise de sua história. A perda de competitividade do etanol promoveu uma reversão no ciclo virtuoso de investimento e crescimento da indústria. Entre 2008 e 2013, mais de 70 usinas já fecharam as portas somente na região Centro-Sul e outras 12 unidades devem encerrar suas atividades em 2014”, divulgou a Unica. 

O pedido de socorro é pela criação de políticas consistentes e de longo prazo que atendam o setor e valorizem uma matriz energética diversificada, reconhecendo as contribuições ambientais e econômicas que o etanol já proporcionou e ainda pode proporcionar.

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